Colaboração: Maria Inez Grimaldi
"O que é Fake não dá tesão" (Malvino Salvador)
Fizemos uma pesquisa na net sobre beleza fake e pudemos perceber que há um enaltecimento do assunto.
Nos espanta ler artigos onde o postiço, o irreal são tratados como normal e sonho de consumo. Não estamos falando apenas de corpo, de estética, mas também de cabelos, unhas, cílios, boca e tudo mais que houver disponível para compra nas prateleiras.
Cada vez mais a indústria lança “novidades” para mulheres e homens (sim, homens) ficarem mais bonitos e próximos aos seus sonhos de um corpo e uma aparência perfeita.
Cada vez mais cedo as pessoas buscam por ideais impostos pelo Photoshop nas revistas e pelas mídias fabricadas.
Jo Swinson, membro do Parlamento inglês, declarou que "O foco na aparência física das mulheres saiu do controle. Ninguém tem pele perfeita, cabelo perfeito, corpo perfeito, mas muitas mulheres acreditam que ser magra e perfeita é uma obrigação."
Do outro lado da discussão estão as revistas de moda, como a Vogue.
Alexandra Shulman, editora da Vogue UK, se defende dizendo que são os estilistas que impõem certos padrões, enviando roupas cada vez menores para seus editoriais. Segundo ela, a revista, inclusive, faz alterações digitais nas fotos para que as modelos pareçam maiores (absurdo!)
Absurdo maior é ver adolescentes consumindo este mundo irreal. A prova disto é um levantamento feito pelo Governo brasileiro em 2004, onde 78.000 cirurgias plásticas foram realizadas em adolescentes entre 14 e 18 anos. Este número deve ser ainda maior com o atual crescimento econômico nas classes C e B. O parcelamento infindável de algumas clínicas cirúrgicas traz este sonho de consumo mais próximo da realidade de algumas pessoas.
Um beleza fake não é apenas uma beleza comprada em um cirurgião plástico. Também é a beleza das Anfepramonas, dos femproporex´s, das cirurgias de redução de estômago, sem falar da beleza Anoréxica e da Bulêmica.
O Brasil é o maior consumidor do mundo dos remédios para emagrecer. E como se não bastasse a febre pela perfeição por parte dos clientes, há médicos inescrupulosos que vendem receitas sem sequer fazer exames e saber da real necessidade da paciente.
Há também um estudo, onde foram levantados que 12,5 milhões de caixas de remédios para emagrecer foram vendidos no Brasil nos últimos anos. Eles causam além da dependência, irritabilidade, depressão, alterações graves no Sistema Nervoso Central, paranóia e até mesmo esquizofrenia.
Concluimos que as pessoas não querem emagrecer, e sim, serem emagrecidas. Toda responsabilidade pela própria saúde é transferida para terceiros quando a palavra é corpo perfeito.
Todas nutricionistas são unânimes: Somos o que comemos.
Se possuímos bons hábitos alimentares podemos comer de tudo um pouco.
Uma dieta balanceada por uma nutricionista é o melhor a se fazer.
Devemos unir a alimentação aos fatores genéticos. Se sua família é descendente de italianos, por exemplo, você inevitavelmente terá formas mais roliças, como braços, pernas e quadris mais largos.
Ser roliça não é sinal de doença; porém em alguns casos não podemos achar que seja saúde. Apenas profissionais da área médica poderão avaliar se o corpo está saudável ou necessita de alguma ajuda.
Se magreza fosse sinal de saúde, as Ana´s (como são conhecidas as anoréxicas) seriam capa da Women´s Health!
Beleza é tudo o que se quer, não importa se ela vem de berço, se foi adquirida no salão ou se é resultado de algumas visitas à clínica estética mais próxima.
Mas não podemos esquecer que ela também pode – e deve – ser encontrada onde ninguém procura: dentro de nós mesmas!